segunda-feira, 23 de março de 2009

Dor

Existem certas coisas, caros leitores, que sinceramente, dispensam qualquer tipo de comentário em relação a tudo que se relaciona com o bem-estar. O incômodo é uma das coisas que mais… (na falta de termo melhor…) incomodam o ser humano. É fato, não adianta, nem tem como negar, uma dorzinha aqui, um trecozinho aqui, e puta que o pariu. Dá vontade de mandar tudo pro inferno e que Satanás resolva essa merda com todo o poder do mal que ele possuí.

É como uma simples e singela amostra do que é o inferno real. O que é dor, tortura, maldade, destruição. É tenso, mas é verdade, podemos conhecer um pedacinho do inferno aqui da Terra, com sensações que somente nós humanos temos o poder de sentir e dizer com aquela cara de “quero chorar”:

Eu poderia definir em um milhão de palavras aqui o que é dor, mesmo sem a ter sentido de verdade. É fato, ao ver a imagem de um ser humano sofrendo isso, dá pra ver na cara do sujeito que no mínimo ele cagou até o milho do hot-dog de ontem no momento de destruição do bem-estar dele.

Primeiro, ele começa a suar. Frio. Finge de bobo e demonstra os seguintes sinais.

  • Finge de bobo, que não tem nada de errado, pra não passar vergonha em público.
  • Tenta morder os lábios, pra tentar, dessa forma, aliviar a dor, até ver que não terá resultado.
  • Não tendo solução, ele aprende a conviver com isso.

Segue uma lista de tópicos com alguns ítens que realmente incomodam os seres humanos em geral. Se nenhum dos ítens tiver real sentido pra você, ou você é o Chuck Norris, ou é um cadáver.

- Bater com a pontinha do dedo mindinho do pé na quina da cômoda/baú/pé da mesa.

Acreditem, já ocorreu comigo, e lhes conto como foi. Quer dizer, uma delas, já que estou cansado de fazer isso.

O novo disco do Metallica, Death Magnetic, havia vazado, e eu, bom fã que sou, baixei o conteúdo ilegalmente da internet. Não me venha dar lição de moral quanto à isso, eu o faço sem o menor peso na consciência.

Logo na primeira música, comecei a dar pala. Bater cabeça igual louco, e tomei a idéia maluca de simplesmente, moshar comigo mesmo. (?)

That Was Just Your Life é uma música simplesmente foda. O que eu não contava era que no meio do solo de Kirk Hammet, eu esbarrasse com generosa força exatamente o meu mindinho no pé da mesa do PC.

Isso, cria aquela sensação de dor indescritível, destruidora, que corrói a alma e rompe com qualquer sentido de educação que você tenha, bem como o sentido de pensamento. Curiosamente, eu não sei POR QUÊ, eu simplesmente tenho o hábito de começar a rodar no meio da sala quando isso ocorre. Não me pergunte o motivo, isso não alivia a dor, isso não traz calma. Eu simplesmente começo a andar em círculos chaves-style mesmo, o faço por que perco o controle da lógica de me manter racional, e somado a isso, xingo todos os palavrões que conheço.

Xingar não resolve problemas. Mas os alivia, acredite em mim. Dar nomes a órgãos genitais, orifícios anais e alcunhas à mães alheias é algo que realmente traz um conforto espiritual, psicológico e por que não, paz.

- Cair da escada.

Dou uma bala ao filho da puta que disser que nunca tropeçou aqui. Uma bala, e ainda xingo a mãe desse prole de meretriz, mentiroso.

Agora, alguém que merece atenção é o que caiu da escada. E acreditem, sou um deles.

Ocorreu foi o seguinte. Aqui em casa, tem dois andares e uma escada com nível de atrito muito, muito baixo. E mora aqui em casa um cara com um nível de sorte, muito, muito baixo. Esse cara sou eu.

Saindo do banho, molhado, estilo toalhão na cintura, calor da porra e sozinho em casa, aproveitei, fui me vestir e depois desci ao térreo para comer algo. Tava puto de fome, e tonto de sede, a água que eu bebi durante o banho não adiantou.

Ao chegar, notei que havia chuvido e que a escada estava, de fato… molhada. Assim como eu. E tenho o costume de descer a escada de dois em dois degraus, questão de pressa inútil. Eis que meus pés me traíram.

Eu vacilei com o movimento em algum ponto e escorreguei. Só tive aquela sensação de estar sendo puxado para o chão e encontrar o solo com velocidade alta. Desci rolando pela escada toda e xingando a cada degrau. Me lembrei do Homer Simpson.

Po, cacete, inferno, ai capeta, carai, merda, aaaaaaaaaaai…”

É inevitável. A dor vem com tudo. Como resultado, relei parcialmente a perna, e por sorte não quebrei nada.

Não imaginem a cena.

- Água no ouvido.

Esse aqui já não é dor… é mais simplesmente incômodo. Na piscina, por algum inferno, entra água no ouvido e fica aquela chieira te incomodando, a lá tortura chinesa, impiedosa e você começa a dar sopapos no próprio ouvido, e inclinando a cabeça esperando que a água saia.

Eu, quando mais novo, tentava dessa forma: pegava a própria orelha, dobrava e usava ela como uma espécie de desentupidor no ouvido. Não resolvia nem melhorava, mas garanto que dava uma idéia de que fiz algo que serviu.

Hoje não adianta: não conheço jeito de tirar a água do ouvido. Só esperando por um milagre mesmo. Mas uma hora sai.

Lidar com a dor é foda. É mais foda ainda quando temos que lidar com mais de uma ao mesmo tempo. Isso acontece por que nosso sentido tem que alertar ao cérebro que tem merda ocorrendo no corpo e é pra dar um jeito. Caso contrário, a merda pode ser maior.

Eu acho, pelo menos.

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