quinta-feira, 5 de junho de 2008

Sacanagem através dos tempos

Nem só de pão vive o homem. De putaria e zoeira também. Baseado nisso, desde os primórdios do início dos tempos (redundância, eu te amo) nós, seres humanos, encaramos tudo com muita naturalidade. Claro, existem os acéfalos que ao invés de rir e fingir que achou graça (em nome do bom-senso e da boa convivência) pra depois armar uma que duplique o nível de zoeira para com seu vingado, preferem apelar para os meios físicos pra resolver a desonra que lhe foi dada.

Tudo começou com nossos ancestrais na era dos dinossauros. Pra casar, ao invés do homem ir simplesmente com romantismo e flores, um pedaço de carne (naquela época não existiam doces ou chocolates...) e pedir a mão da moça em casamento para o seu pai, ele preferia chegar e dar uma bruta porretada na nuca da amada, deixar ela vesga com o golpe no chão e assim, carregá-la pelos cabelos até sua caverna. E ali, iniciavam seu ninho de amor, ela cuidando da caverna e das crianças e ele saindo pra caçar e sustentando o lar.

Seria muito natural naquele tempo isso. Mas paremos pra analisar a situação. Porretada? QUE PORRA DE COSTUME É ESSE? Imagino-me naquela época:

Com minha roupa das cavernas, aquele tipo de vestido para homens, com os Ramones estampados no "vestido" e uma clava de 60cm de comprimento, chego pra conversar com a minha mulher das cavernas amada.

"E aí gata? Topa comer uma pizza de Pterodátilo hoje? Depois ver um filminho... Jurassic Park, quem sabe?"
"Adoraria..." - e dava um sorriso.

No exato momento, eu levanto minha clava, dou-lhe uma porretada nas idéias, a mina cai no chão até babando de tonta, vendo estrelas. Pego ela pelos cabelos e arrasto aquele corpo de mulher por uns 500 ou 600 metros de chão do cascalho, característico daquela era. Até minha caverna, ela ganharia uns hematomas, e dores. Mas tudo bem, É TUDO EM NOME DO AMOR.

Pior de tudo é que a mina adorava esse método de conquista que se baseia na caça do mais fraco.

Os costumes estranhos daquele tempo não param por aí. Me imagino quando aquele povo tivesse descoberto o fogo.

"Uga, uga, fogo. Agora eu poder acender cigarro. Isqueiro muito caro."

E como poderia esquecer-me o exato momento do Big Bang?

O meteoro vindo lotado em direção a Terra, se aproximando cada vez mais, formando aquela bola brilhosa que se aumenta gradativamente pelo céu. Simultaneamente um casal de namorados está no banquinho conversando e vê no céu:

"Olha amor, uma estrela cadente!" - que na verdade, é um meteoro que vai queimar a raça humana em breve.
"Faz um pedido amooor."
"Quero morrer ao seu lado."

Pelo menos o pedido se realizou. Mesmo que 30 minutos depois.

E após isso, aquela bola de fogo (não me vem com piririm alguém ligou pra mim.) queima tudo que está na Terra, deixando esse local num inferno. Mas é claro, vaso ruim não quebra.

A raça humana conseguiu se reproduzir novamente, não me pergunte como. Pergunte a um cientista. E se você perguntar algo cuja resposta seja capciosa, ele vai usar de linguajar técnico para dizer algo idiota a você.

E as eras foram passando. A era medieval foi, por assim dizer, um tanto quanto lotada de sacanagens entre as nações.

Quem se fodia, claro, era o exército e os soldados. Enquanto o rei, gordo, burro, só fazia era comer, beber, peidar e dormir, o exército se fodia lá no campo de batalha. E pra piorar a situação, lutavam pelo rei. Tem que morrer mesmo, bando de otários.

Reis idiotas me recordam o episódio do Chapolin que ele conta uma história de um alfaiate (que era o Seu Madruga) e seu ajudante (o Chaves), que tiveram o serviço encomendado pelo rei: fazer uma roupa para a vossa majestade. Não contavam que não tinham o tecido no momento, então o alfaiate se fez de égua para o rei e simplesmente fingia balançar uma roupa no ar e afirmando com tom de admirado:

"Olhe como é linda majestade, veja, veja, veja!"
"É... hum..."
"Majestade, somente os inteligentes conseguem ver. Burros não vêem a roupa! Não é linda?"
"Ehr... hum... sim..."
(só pelo fato de ser o Kiko que interpretava o rei, não dava pra ser inteligente...)
"E a cor, o que achou?"
"É... hrm... mag-... magnífica."

E nesse meio tempo, o ajudante (que era o Chaves) só paquerando a princesinha do reino. Zavadãããããão.

Mas continuando, aonde paramos mesmo? AH É, eras medievais. Chegava o primeiro ministro, ou qualquer autoridade abaixo do rei e perguntava ao coroa:

"Majestade, quantos homens enviaste para o reino de Nabir, o grande?"
"Quinhentos homens bem preparados."
"Mas por que senhor?"
"Por que ele me deve uma visita! E agora, pagarás com a morte! Seu reino vai arder em chamas."

Explicando: vidas eram negociadas como merda pra satisfazerem o gosto de um rei vagabundo. É mole?

Não, não é. Paralelamente, vamos ao ambiente de batalha em que os quinhentos soldados se embrenharam.

A cena é uma pensão: vários soldados com armaduras bebem rum e cantarolam uma musiquinha do tipo um fala e os outros respondem. Do tipo:

"Eu vou morrer pelo meu rei!"

E o resto:

"Ia-ia-ôôô."

"Por que ele é o meu rei!"
"Ia-ia-ôôô!"
"Por que ele se preocupa com minha vida!"
"Ia-ia-ôôô!"
"Quinhentos homens fazem diferença pra ele!"
"ia-ia-ôôô."
"Ele faz muito pelo seu povo!"
"Ia-ia-ôôô!"
"Tipo sentar e mandar matar!"
"Ia-ia-ôôô."
"Comer, beber e depois cagar!"
"Ia-ia-ôôô."
"O rei é tudo para nós!"
"Ia-ia-ôôô."
"E eu sou um trouxa que acredita no que ele fala."
"Ia-ia-ôôô."
"Enquanto morremos decaptados, ele coça o saco!"
"Ia-ia-ôôô."
"Ou então beija a rainha...!"
"Ia-ia-ôôô."
"... aquela velha mal comida!"
"Ia-ia-ôôô!"
"Ou mima aquele príncipe com cara de prego!"
"Ia-ia-ôôô!"
"Com nome de bicha enrustida!"
"Ia-ia-ôôô."
"Príncipe Rudolph é um viado!"
"Iaaaaaa-iaaaaaaa-ôôôôôô."

Até que interrompem a música por que a dona da pensão diz que se não pararem com a música, vão ter que sair.

Daí, no dia seguinte, todos os quinhentos soldados morrem em batalha. Legal né? E o rei? Quando muito sente dor nas costas por ficar tanto tempo sentado.

E assim se vai. Príncipe Rudolph, tempos depois assume o trono e, como era gay mesmo contrata estilistas de todas as partes do mundo para fazer sua roupa rosa-choque que vai ser usada durante um reinado.

Quanto à rainha mal comida? Morreu. E demorou, se querem saber.

Basicamente, na Idade Média, as coisas funcionavam exatamente daquele jeito. O rei, simplesmente mandava tantos homens para morrer em campo de batalha e ele ficava de boa no seu trono conversando sobre impostos reais.

E como a evolução é constante, o mundo não parou. Até hoje existem sacanagens feitas por aí, só que a diferença é que tem o povo que se revolta e vai contra.

Aí é pancadaria quase que na certa.

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