sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

O Brasil

Outro dia estava me auto-perguntando a mim mesmo (redundância ON) por que vivo num país com cultura social totalmente porca.

Sejamos sinceros, vou justificar tudo que eu disse no parágrafo acima, pra você não me chamar de anarquista revoltadinho, ou qualquer outro apelido que você viu na TV e achou legal.

Sim o Brasil tem uma cultura musical porca. Ligo o rádio, tá isso...

"PAU NA BUCETA, BUCETA NO PAU..."
"QUANDO ELA ME VÊ, ELA MEEEEXE..."
"EU DOU PRA QUEM EU QUISER, QUE A PORRA DA BUCETA É MINHA..."
"FAAADAA... FAADA QUERIDAAAA..."
"I LOVE SOGRA, EU GOSTO DA SOGRA..."

E outras merdas a mais que eu não vou citar pro post não ficar grande. Quero dizer com isso que é lamentável o que a mídia brasileira nos impõe pra ouvir, e o pior, o povo brasileiro, que mais parece um bando de cães (sim, ou você acha que outro animal é tão alienado quanto o brasileiro?) simplesmente engole isso com uma boca boa, sabendo que daqui a 3 meses a modinha será outra e ele simplesmente se resume a ouvir o que passa no rádio, se conformando.

Lamentável é o que a mídia nos pões pra ouvir. DEPLORÁVEL é o que o brasileiro aceita ouvir.

E por favor, não me venha com "aaaahh Catito, mas funk tem o batidão, o forró é bom pra dançar, e eu sou uma chata que fica falando no seu ouvido, mas eu sei que se continuar com esse papinho você vai me mandar tomar no cu...".

Sim, a mídia brasileira é porca. Nojenta.

Eu digo por que o funk hoje é um ritmo que conquistou milhares de anais ambulantes.

O funk surgiu da periferia, e o principal tema é o sexo, não se limitando somente a esse, e abrangendo outros assuntos como metedeira, trepadas, começão, boceta, caralho, mulheres de vida fácil, e é claro, a relação sexual.

Tendo o principal tema o sexo, infelizmente chegamos a verdadeira realidade: uma das poucas diversões que o pessoal da periferia tem hoje é o sexo, que é gratuito. Enquanto tem moleque aí filho de papai com brinquedos e computadores, o pessoal da favela não tem acesso a diversão e entretenimento, tampouco a cultura, tal qual os pertencentes à classe média tem. Isso se chama realidade social. Baseado nesse quadro, os autores dos funks compõe sobre o que eles mais costumam fazer.

Então, quando eu criticar o funk falando que é música sem cultura, é por que eu procurei saber sobre isso e não por que eu sou um metaleiro vagabundo de 13 anos com a camisa do Slipknot falando o que me dá na telha sem antes procurar a causa. Mesmo por que eu tenho 18, odeio Slipknot (música de moleque...) e antes de sair alguma opinião da minha boca, tenha certeza que procurei saber sobre o que vou dizer.

Eu odeio funk? Sim. É nojento? Sim. É podre? Sim.

Mas nem por isso eu vou deixar de entender de onde essas pessoas tiram razão pra criar esse movimento. Muito fácil criticar por aí e falar que a favela é um lugar sem cultura. Agora, tente viver em uma, com todos os problemas sociais, violência, e ausência de ações de autoridades.

Tá, aí eu fugi do assunto do post... estava falando sobre a cultura brasileira. Como tudo tem uma origem, a cultura social do Brasil é outra podridão sem fim.

Hoje em dia, quando me encontro com alguma pessoa na rua ocasionalmente, ele já manda o apelido: "Aooou atleticano, beleza?"

Deixe-me afirmar uma coisa. Tem uma coisa que eu abomino. Detesto. Acho tosco. Acho mongolóide. Se chama futebol.

Como, meu Deus, como um jogador ganhar milhões de reais pra disputar um objeto esférico de couro com outros que também ganham milhões de reais?

Eu sinceramente... queria ser um jogador de futebol. Ia me aposentar antes mesmo de começar a trabalhar. Sim, por que o que tem de trabalho nisso? Ele ganha pra fazer o que todos os brasileiros pagam pra ver e fazer também.

Tá... mas cá vai minha opinião acerca disso:

Imagine-se com 70 anos. Sua mulher, nem tesão dá mais. Seus filhos, todos criados. Inclusive os fora do casamento. No bar você não pode ir, pois está devendo. Infelizmente, não tem mais porra nenhuma pra você fazer, já que é um aposentado. A única coisa que lhe resta é ligar na Globo e assistir ao futebol.

Outra cultura que se formou por eliminação. Não tem nada melhor, então vai isso mesmo, tal qual o funk.

E assim se vai tudo, o conformismo tomando conta desse povo otário e que se deixa roubar, se deixa levar, se deixa alienar.

Vamos acordar meu povo... por favor!

Nenhum comentário:

Postar um comentário