sexta-feira, 30 de maio de 2008

E mais uma vez...

Senta que lá vem a história, corja de delinquentes.

Primeiramente, façamos uma pergunta e sejam francos na resposta: quando junta Luiz, Rízio eu e Tosa, o que pode dar errado?

...

TUDO.

Não se trata de pessimismo, MUITO menos de falta de boa-vontade. É mais realismo mesmo. Seres insanos, sem o menor bom senso, zero de pudor, vergonha na cara em escala negativa, falta do que fazer, ausência de bom senso, tudo isso acontecendo ao mesmo tempo na casa do Rízio em plena madrugada.

O que houve foi o seguinte: gravar uma demo. Até aí tudo bem, é o Sonar instalado no PC, paciência e Coca-Cola 2L. Só que acontece que tudo que é fácil é duvidoso. O que houve realmente foi a brilhante idéia do Rízio de montar a bateria no banheiro. E lá vamos nós!

"Rízio, não vai caber..."
"Claro que vai rapaz... aperta daqui, aperta dali, é só chuchar esse trem aí pra dentro que cabe sim."
"Não vai cara."

(bateria montada)

"Eu não falei? Não coube!"

Aí ele, em sua imaginação, calculou uma provável solução (alguém já notou que as idéias que o Rízio tem, são boas em escala inversamente proporcional ao tamanho físico de sua caixa craniana?):

"Já sei! É só tirar a privada!"
"Tirar o que?"
"A privada."
"E aonde a gente vai cortar o rabo do macaco?"
"Ih fi, é o de menos. Tem um banherim ali em cima, tem mato, caga na sacola e joga fora, tem erro não."
"... Sei não..."
"Confia em mim cara."
(oh não! ele falou "confia em mim"!)
"..."
"Ajuda aqui."

E aí a gente levantou o vaso e saiu carregando ele em direção à cozinha. Deixamos aquele trem do lado da mesa, encostado na parede. Ficou meio estranho. E um pouco nojento também.

"Pronto! Agora tá certo!"


Daí eu simplesmente refleti: o vaso sanitário estava na cozinha, e no lugar dele no banheiro tava um buraco, aonde a bosta a qualquer hora sairia. Um fedor infernal invadiu o recinto e o Thiago ia ter que tocar de máscara. E o Rízio me vira ainda pra dizer que tá certo? Manucú...

Ok, montada a batera, conectamos tudo na mesa de som. O que não contávamos (sempre tem merda pra acontecer...) é que tínhamos que colocar os microfones em posição exata. Nesse meio tempo me chega o Tosa, e uns amigos playboys do Rízio que me chamaram pra montar uma banda e tocar Charlie Brown Jr., Strike, Nx Zero e Fresno. Diz eles que era pra pegar mulher.

"Cara, valeu, mas não curto o som..."
"Mas véééééééi, pegá muié demaaaaaaaaaais..."
"Eu sei cara, mas não é meu estilo, sou mais uma mulher só e tá de boa. Mulher não é surpresinha de Kinder Ovo pra colecionar. Além do que, as coisas não são fáceis assim..."
"Mas véééééééi, pegá muié demaaaaaaaaaais..."
"Cara, manter duas bandas é foda, eu não vou ter tempo..."
"Mas véééééééi, pegá muié demaaaaaaaaaais..."
"Eu posso indicar uns caras aí que topariam."
"Mas véééééééi, pegá muié demaaaaaaaaaais..."
"... Véi... paga uma puta."

O diálogo foi nesse nível que podem ver.

Até que por fim, houve um momento que ele citou:

"Mas o Rízio topou vééééééééééééééi."

No momento que o cara disse isso, ele estava de costas pro Rízio. Ouvindo que tinha nome dele na conversa, eu olhei pro Rízio e ele só fez sinal de cortar cabeça, sabe? Aquele que fica com a mão pra cima e pra baixo na altura do pescoço, tipo que dizendo: "fria, sai fora..."

"Topou mesmo?"
"Topou vééééééééééééééi!"
"O que ele disse?"
"Ah vééééééééééééééi, ele falou que ia olhar."
"E tá olhando ainda?"
"É."
"É filho, ele fica cego mas não vai olhar isso."
"Por que?"
"Por que se ele topar, eu mesmo me encarrego de cegar ele."

Dei de ombros, e saí. Nesse meio tempo, o Thiago já havia saído e só estavam os cachorros mortos na sala.

Ok, missão cumprida... pelo menos por hora. As coisas não seriam tão fáceis, e naquele dia não dava pra fazer mais nada.

Depois de uma geral no porão do Rízio, levar um sofá moribundo e macio pra lá, e uma faxina que a prole fez lá, ficou parecendo garagem de banda de fim de mundo. Mas ficou foda, o melhor estado que aquele porão já ficou. Esperem daqui uns dias, aquilo vai ficar um brinco.

Então, lá no porão, sem a interferência de sapos nem nada, foi muito boa a gravação. Do jeito que a gente queria que saísse e ainda no tempo. O que não contávamos foi com a madrugada que passamos lá pra pegar algumas músicas.

O que houve foi o seguinte. Eu, coçando saco aqui em casa, recebi um telefonema do Luiz.

"Oh véi... que você tá arrumando?"
"Coçando saco véi... e você?"
"Também..."
"Cara, esse saco seu daqui uns dias vai dá é cafubira de tanto que você coça ele."
"Ô..."
"Mas sério, arrumando o que...?"
"To aqui com o Rízio."
"Problema seu!"
"Não cara... tamos chegando aí na sua casa."
"Chegaí. Belinão?"
"Não, pai do Rízio saiu nele."
"Então é só coca na Boca Fresca mesmo..."

E assim fomos. Conversa vai, conversa vem e é aquela coisa... você não quer papo produtivo com uma putada igual a nossa, né?

"Fazer o que?"
"Ah cara, vou chegar, tomar banho, MSN, miojão e dormir."
"Bora lá em casa!"
"Caçar o que naquela cabeça de paca Rízio?"
"Oh véi, fala assim do meu barraco não! Lá é longe mas é arrumadinho!"
"Arrumadinho o carai! Lá tem privada na cozinha!"
{risadas}

E continua algum dia quem sabe, já estou morto de cansado de ficar digitando já.

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