Quarta-feira
Eu e Luiz jogando Guitar Hero 3. Stricken do Disturbed.
"Cara, faz um tempo que não vamos no shopping não?"
"Vai se ferrá Luiz, caçar o quê naquela cabeça de paca? O dia que colocarem um arcade do Guitar Hero lá e uma loja de música, quem sabe eu vá lá?"
*celular tocando*
"Thiago?? Pra que ele tá me ligando? Eu não estou devendo ele! Alô?"
"Alô Caio... que tá arrumando?"
"Jogando Guitar Hero aqui com o Luiz cara. E você?"
"Estou no shopping, chegaí..."
"E não é má idéia..."
Quinta-feira
Essa aqui foi sagaz. Péssima, porém sagaz. Jogando Guitar Hero 3 em casa, coçando saco e merda nenhuma, me toca o celular.
NOTA: quando toca o celular, é por que vem duas coisas: convites pra sair, ou merda. E os convites, é raro não dar em merda. Whatever.
"Catitoooooo."
"Diga Rízio, sua bicha..."
"Bora no Victor & Léo?"
"Olha pra minha cara de diarista, seu bosta."
"Nem é cara, fui no Horto com meu pai e o que tinha de fêmea indo pra lá não é brincadeira."
"Ah cara, vou não, sério. Morto de cansado." (aquele migué...)
"Beleza, daqui a pouco eu e o Luiz estamos passando aí."
E assim se fez. Quando o lendário Belinão estacionou aqui, já fomos pro destino: Bom Retiro.
Após estacionar e algumas caminhadas, fui refletindo. Cara, o que faço aqui? Sou bobo e não garro mulher nenhuma em show. Se alguém da cena tru from hell me ver aqui, minha caveira tá feita. Claro que personalidade é o que me mantém vivo, mas vá lá. Um antro de playboys e patricinhas da pior raça estava alastrada em cada esquina. Vamos em frente guerreiro!
Não deu pra pensar muito. Ao virar a esquina, topamos com o Acaaaaz. Após os famosos toquinhos seguidos de soquinhos uma mão contra a outra, a conversa de praxe...
"Tá sumido véi..."
"Que isso, só ficando parrudo naquela academia hein?"
"E as muié?"
"Arrumando o que fi?"
"Nada, vou ver se começo esse mês."
E por aí vai. Andando, a cada esquina cumprimentando um condenado a mais que eu nunca vi na minha vida, acenando pra Deus e o povo e chegando ao local aonde seria o show. Olhei o palco: lá atrás. E cada vez mais cheio de gente. Fomos andando em direção ao dito cujo. Matheus sugeriu que avançássemos, pois segundo ele, "a mulherada boa fica lá na frente".
Claro, sabia que era ledo engano, considerando o fato de que haviam 4 juremas pra cada muié boa, o que reflete que apenas 25% das mulheres do evento são gostosas mesmo. Não é da minha conta usar dessas cifras, já que não garro mulheres em eventos. Não bebo e não fumo, isso que dá.
Avançando pra lá e pra cá, aproximando cada vez mais da multidão e entrando por fim no meio dela. E show do Victor & Léo é uma cabeça de paca né... musiquinha chata, bando de pau no cu na platéia, a mulherada dando moral pra eles, putices e coisas do tipo. Próximo à housemix (que é aquela torre que fica na frente do palco, com mesa de som, luzes, essas coisas...) era aonde estávamos e de repente o Matheus precisou chamar uma garota que estava lá em cima, na housemix.
Até aí tudo bem. Mas justo nesse momento, o filho da puta do Victor ou do Léo (eu sei lá quem é quem, porra!) mandou o pessoal levantar as mãozinhas e balançar. E ao mesmo tempo, eu, Rízio e Matheus levantando as mãos e chamando a mina:
"Oooou!"
"Aqui ó!"
"Oooo moça!"
"Chama ela aí pra miiiim!"
Ao passo que eu olho pro lado, todo mundo fazendo o mesmo que eu, só que em direção ao palco.
"Rízio, ela tá achando que estamos agitando com a galera, e não chamando ela. Taca uma pedra que ela vai ver o que é mãozinha no ar..."
Imaginem a cena...
Voltamos, ainda bem. Já tinha começado o "sapo caiu na lagoa", e eu puto de fome. Pastelão a R$1,50 é o que há. Caminhamos o resto do evento todo. O que se viu de fumetinhas de 15 anos a lá "se papai ver to fudida" não é brincadeira. Parece que eu estou sendo careta, mas é por umas dessas que o mundo vai se fodendo pouco a pouco. E olha que nem sou fanático religioso, tampouco estou aqui pra pregar uma fé.
Hoho, não citei o fato de que vimos vários rostos indesejáveis no evento, alguns bêbados, outros trêbados, e os idiotas. Fazer o que, se eu conheço, vou cumprimentar o cara.
No momento de uma linda caminhada, andando em fila, passamos por uma roda de 4 ou 5 juremas. Cara de diarista "20 conto a diária" e "deixa eu ouvi um forró madame?", não enganava ninguém. Ao virem o Rízio, presa fácil nesses eventos, com essa carinha de vigarista que ele tem, meteram a mão no traseiro dele sem dó.
"Eu sô assanhada Maricleuza! Um home desse num me escapa nãão."
Deplorável a cena, mas garanto, o Rízio saiu cantando cavaco por uns 4 ou 5 metros. A cena se repetiu com o Luiz. Felizmente, com essa cara feia e esse físico decadente que possuo, meu rego não foi a prêmio.
Na volta, o Rízio me lota o carro com 3 mulheres que garanto, nunca mais veremos na vida, e não, não rolou sexo. Importante frisar o fato de que uma delas mora no mais alto morro do Ideal, local aonde o Belinão pede arrego pra subir.
Mas é claro, não iríamos deixar a garota em plenas 10 da noite, com uma saia daquelas no meio da rua. Não mesmo. E o Belinão foi subindo. A cada marcha, eu sentia a dor do motor se esforçando, mas o que poderia ser feito? Só lamento, a garota tinha uma cara de mulher que não voa...
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