domingo, 30 de novembro de 2008

Solidariedade

Putada, xo dar um aviso breve aqui, de boa.

Tu taí coçando saco de boa né? Fazendo merda nenhuma? Pois é, então pega pra ler isso aqui, e refletir, OK?

Pois é, tenho um aviso pra dar aqui no blog, gostaria que você prestasse atenção. Lá em Santa Catarina nesse momento, tá um caos total devido a toda a tragédia que você já deve estar sabendo e ocorreu lá. Realmente está muito triste a situação das pessoas que lá naquela área residem e peço vocês a colaboração de estar pegando algumas peças de roupa que não usam e enviando pra lá mediante prefeitura e grandes lojas. É um gesto excelente, que vai com certeza mudar o rumo de alguma pessoa que vestirá a sua camisa lá, e vai comer a comida que você puder enviar.

Então já sabem né? Pra quem mora aqui em Ipatinga, na prefeitura mesmo estão recolhendo doações, e em muitas outras lojas, basta se informar. Peço um pouco de solidariedade da parte de vocês, o pouco que puder ajudar, fará a diferença pra eles. Se cada um fizer sua parte, a vida das pessoas que foram prejudicadas podem voltar a ser como antes.

Valeu aí galera.

E quem quiser ajudar com dinheiro, pode fazer um depósito no Banco Bradesco, agência 0922-9 e a conta 2500-3.

Pessoal, eles precisam. Muito.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Sunset Riders – Parte 1

Há muito tempo atrás, numa era 16 bits, aonde os games eram amados por sua simplicidade e diversão, havia um grupo de justiceiros conhecidos como Sunset Riders. Como viciado nesse jogo, achei que poderia aqui contar detalhadamente o enredo dessa obra prima dos games, como forma de aprofundar o caro amigo leitor no conhecimento gamístico geral.

A história é mais ou menos assim:

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No velho oeste, a injustiça sempre foi alimentada pela falta de amor entre os povos, onde o dinheiro teve mais valor e as pessoas, pouco amor no coração. Causando revolta na população velhoestenha (pra constar, não procure essa palavra no Aurélio), tudo sempre foi beneficiado em prol de quem tinha mais dinheiro a pagar. Até que surge um grupo de justiceiros, os Sunset Riders, que para acabar com a injustiça, resolvem meter bala, que é o que sabiam fazer melhor. De fato, toda a idéia era muito boa, mas a jornada de nossos heróis estava apenas começando.

Um de nossos heróis se trata de Cormano. Velho atirador do velho-oeste, cresceu em meio à balas perdidas, tiroteios e mesas de poker. Sua mãe morreu muito cedo devido a uma infecção no útero e seu pai nunca mais foi o mesmo após a morte da mãe. Até que um dia resolveu se jogar num pântano cheio de jacarés devoradores de carne. Cormano chegou a tempo de salvar o que restava de seu pai e então guardar tudo dentro de uma caixa de fósforo.

Após muito tempo, Cormano virou pistoleiro de aluguel, matador profissional, mercenário e claro, prostituto. Claro, não há ramo maior do que o de prostituição e jogos de vícios no velho-oeste.

Cormano recebe uma perigosa missão, entretanto:

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Matar Simon Greedwell, um perigoso fazendeiro que cria gado em uma fazenda nas redondezas de Tombstone City (sim, a mesma do Matanza). Não será tarefa fácil, afinal, Simon tem dezenas de capangas e armados até os dentes para matar primeiro e depois perguntar. O que poucos sabem é que Simon é tão capitalista que chega feder. Pois bem, Cormano aceita a missão e vai até Tombstone City cravar uma bala no peito de Simon, acusado de traficar cajuzinho, geléia de mocotó e queijo minas em suas terras. Imperdoável.

Cormano então, chega à cidade após muitos dias de viagem.

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Segue andando e observando as casas fechadas, tocos de árvores e um total silêncio em meio ao caos que tudo vai formar. É melhor agir cautelosamente, na frieza da situação! Então, de forma sutil e delicada, Cormano entra em uma casa e rapidamente acessa a laje para começar a fazer justiça.

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Eis que Cormano avista um capanga e despistadamente atira em seu peito e o mata, friamente. Cormano segue então em frente para ver um recurso que pode ajudá-lo em sua árdua tarefa. Um suculento frango assado, que garante mais um coraçãozinho em sua jornada por energia. No esquema abaixo, conta-se por revólvinhos.

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Cormano segue em frente e chega então a um curral com um enorme amontoado de palha. Friamente, nosso herói segue com cautela para evitar qualquer má surpresa. Não podia falhar, aquilo era questão de honra. Como poderia sobreviver em meio a todos aqueles tiros? Somente a experiência e a velha coragem que herdou de seu pai poderiam ajudá-lo (e claro, o frango assado). Eis que do amontoado de palha, surge um capanga, com dinamite na mão, pronta para explodir e então a joga contra Cormano. Esse desvia, pula até a dinamite e a joga de volta gritando:

- Perdeu playboy!

E então a dinamite se explode em meio a palha, formando uma amontoeira de pixels mal colocados na tela e levando para o inferno o homem que tentou matá-lo.

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Não obstante, Cormano ainda faz pose pra câmera em slow-motion, para dar aquele clima de ator de filme de ação fodão. Chega de brincadeira! Cormano continua seguindo em frente, pronto para caçar a alma do fazendeiro traficante a qualquer custo. Ia fazê-lo limpar a bunda com seu rico dinheirinho. Eis que alguns passos à frente, Cormano sente uma tremedeira no chão. Não pode ser, nos filmes de faroeste não tem terremotos! O que pode estar acontecendo? Eis que um bando de galinhas saem correndo para a direção contrária, indicando claramente que tem merda aí.

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Eis que ao olhar mais à frente, ele percebe: era uma tourada, pronta para pisoteá-lo até a morte, matá-lo e então comer sua carne dos anjos condenados. Por certo, Simon soube através de deduragem que havia um matador indo caçar seu couro e então soltou a tourada para pegá-lo. Mas ele não contava que Cormano era um jovem treinado pela vida. Mais que depressa, Cormano subiu na armação que construíram e destruíram logo após para se proteger da manada. Essa trairagem ia ter troco!

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Então a tourada foi-se embora, sem que nosso herói virasse pastel em meio às pisoteadas deles. Cormano segue seu caminho até chegar em uma pinguelinha, que corta o rio. Furioso, sai metendo bala e explodindo todos, um por um, sem deixar ninguém vivo pra contar a história.

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Foi pelo rio, para pegá-los de surpresa. Esperto que era, não teve dificuldades em passar por ali. Até que após muita saraivada de tiros, dinamites, e não menos importante, canivetadas. Era logo a frente a fazenda de Simon. Cormano olhou a placa, “FARM”, respirou fundo e seguiu em frente, determinado a molhar o chão com o sangue de seu inimigo.

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Concluiu: “É, deve ser aqui.”

Então seguiu em frente, respirou fundo e fez uma oração a Santa Rita de Guadalupe para que guardasse sua alma caso não voltasse vivo dessa missão. Já não suportava mais injustiças no mundo e o uso de sua roupa de mexicano rosa não o tornava menos homem. Era preciso fazer algo, e RÁPIDO.

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Foi então que seguindo em frente, conseguiu avistar a segunda tourada que Simon enviou para capturá-lo. Tais atitudes demonstravam medo, desespero e sabia que o fight lá ia ser bruto. Ninguém escapava das balas de sua arma, e não era diferente com um porco capitalista traficante. Era melhor fazer algo e rápido.

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Foi então que caminhou decidido até a casa de seu inimigo, pronto pra cravar-lhe uma bala no peito, por honra, e é claro, pelos dez mil que o esperava.

Chegou a casa de seu inimigo e gritou então:

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- Simon, seu filho da puta, saia daí já!

- Como ousa me chamar assim, seu moleque!

- Vou cravar-lhe uma bala no peito agora. E não haverá perdão!

- ... quem caralho é você?

- Não interessa, prepare-se!

- IT´S TIME TO PAY!

Foi então que Cormano desviou para o lado e começou a se esconder da saraivada de balas que chovia contra a sua pessoa. Era muito arriscado, mas escondeu-se atrás de um banquinho e começou a dividir o destino dos tiros entre os capangas e Simon. Simon tinha dois alambiques que o protegia, pois também estava entrando no ramo de tráfico de bebidas alcoólicas, suco de caju e água mineral gaseificada, como seu amigo Al Capone. E a bala chovia a solto, a torto e à direito e por pouco não sobraria ninguém pra contar história alguma. Foi então que Cormano teve uma idéia. Mirou no alambique e este pegou fogo, que alastrou pra cima de Simon. Começando a se contorcer, eis que ele cai no chão de dor, pronto pra morrer e então diz por último...

- Me enterre com meu dinheiro...

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Cormano sabe que aquele é só o começo da justiça no velho oeste. Soube, mediante informações de que a carga que Simon trazia pra comércio local era trazida por um transportador com nome de Hank “Olho de Águia” Hatfield. Era preciso fazer justiça, e então Cormano montou em seu cavalo e foi atrás da linha do trem, que era de onde a carga estaria saindo agora.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Acaso e sorte

Tudo nesse mundo está sujeito à vontade e desvontade do acaso. Esse safado que nos detona, que simplesmente acaba com nossas expectativas em alguns momentos, nos coloca em situações apertadas, onde ficamos prestes a foder com tudo e com todos, sim, ele.

O acaso segundo o Aurelião, é um conjunto de causas independentes entre si que, por leis ignoradas, determinam um acontecimento qualquer. Em outras palavras, é imprevisível, anormal, coisa que só acontecem uma vez a cada vida e uma a cada morte.

Pois bem, se estamos à mercê do acaso, não podemos bobear. Sim, afinal, o acaso é aquele que sempre nos passa uma rasteira, só esperando pra ver nossa queda com a maior cara de risada do mundo. Mas não pense que nós, humanos, estamos indefesos. Não, claro que não! Nós temos nossas armas contra o acaso, e claro, a sorte.

Contra o acaso não funciona o tipo de armas que estamos acostumados a usar, seja você guerrilheiro ou pacifista, John Rambo ou Mahatma Gandhi. As armas usadas contra o acaso contém poderes impressionantes, coisa chique mesmo (ui!).

Listarei aqui, como sempre faço, algumas armas usadas contra o acaso, azar, encosto, demônios, trem-ruim, tudo que forças espirituais controlam.

Pois bem, comecemos:

PÉ DE COELHO

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Ataque: ?
Defesa: 7,5 (falha muito nas defesas de simpatia contra você)
Prós: É leve, e há quem diga que é raro falhar.
Contra: Há quem diga que não muda muita coisa pra você. Muda mais para o coelho.

O pé de coelho é uma arma inventada contra os encostos que seus vizinhos do candomblé jogam contra sua pessoa. Arma muito bem elogiada no mundo da falsa magia. Como se vê, seus Attack Points são, quando não nulos, desconhecidos. Pode ser usada como chaveiro, podendo você levar a qualquer lugar. Além de pequena, é muito portátil. Para conseguí-lo basta ir ao mato que ronda a Lagoa do Piau, localizada nas redondezas do cú de Minas, armado dos seguintes ítens: espingarda (para matar o coelho), miojo (para fazer quando sentir fome), canivete (para cortar o pé do coelho), pano úmido (para limpar a sujeira), pá (para enterrar o coelho), crucifixo (para fazer o enterro do coelho), um padre ainda em etapa de catecumenato extensivo (para celebrar o enterro do coelho) e é claro, não menos importante, repelente contra os mosquitos. Reza a lenda, que na Lagoa do Piau tem mosquitos do tamanho de papagaios-louros.

Após a captura e amputação do coelho morto, tudo que tens a fazer é simplesmente confeccionar seu pé de coelho ao seu bel-prazer. Vale tudo: pintá-lo, escrever "Lula 94, sem medo de ser feliz", "Sebastião Quintão, bom de serviço", e dependendo do tamanho da pata do coelho, uma frase inspiradora como "O importante é se importar com a importação dos importados."

CUECAS DA SORTE

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Ataque: 6,5 (após uma semana de uso contínuo, vai caindo um ponto por dia. Valores negativos significam azar. Valores MUITO negativos significam afastamento de fêmeas. Valores extremamente negativos é isolamento do mundo ao seu redor.)
Defesa: 5,5 (Só segura duas coisas, e você sabe o que é. E uma dessas coisas, na verdade são duas. A cueca é tida como excelente goleira.)
Prós: Como disse, é ítem obrigatório no uso para o homem. Não tem como você esquecê-lo, a menos que seja tarado.
Contra: Como dito anteriormente, necessita de constantes trocas pra manter em alta a sorte, e mais que isso, a higiene dos órgãos particulares.

A cueca da sorte não é a melhor das armas, necessita de constante manutenção, troca e lavagem. Além do que, é bem provável que ela se mantenha suja após uso constante, afastando o que você realmente procura, ou seja... sorte e mulher. Não nessa ordem.
Feita em pano, ela se trata de uso obrigatório para o homem, mas nem toda cueca usada dá sorte. E tenha 5 ou mais, para trocas eventuais. Há quem diga que a cueca da sorte trouxe a sorte da prática sexual com uma mulher de boa aparência, mas no momento do ato houve a rejeição, pois não estava bem lavada. Favor evitar deslizes como esses.

TREVOS DE QUATRO FOLHAS

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Ataque: 0
Defesa: 0
Prós: É raríssimo. Se achar um, olhe direito. Será um de três, e você ficará triste por 3 segundos de ilusão.
Contras: Por ser raro, você vai achar que um artefato como esse vale algum dinheiro. Tente vendê-lo no eBay, e acredite, haverão idiotas de sobra querendo tirar dúvidas sobre o produto, mas nenhum pra comprar.
 

Pois bem, o trevo de quatro folhas é raríssimo. Há quem diga que viu, há quem diga que nunca viu, e há outros que dizem que viram, mas fumaram a folha. O que, é claro, não deu nada em sorte.

Fato é que o trevo de quatro-folhas não existe. Entretanto ele, de uma forma ou outra, se mostra presente em cada um que crê nele. É questão de interpretação. Você não vê nem toca o trevo de quatro folhas, entretanto sabe que ele existe. Já houve casos de usuários de Cannabis Sativa usarem o trevo de quatro folhas para fumar, o que não deve ter dado nenhuma reação alucinógena.

Para interpretação de usuário, o trevo de quatro folhas tem sua maior plantação nas florestas da Colômbia, o único país no mundo que o governo é submisso do tráfico (tirando as regiões africanas, mas a fonte lá é diamante) e portanto, vêem a Colômbia não como paraíso (esse é em Miami), mas como fonte. Tipo uma nascente para o "trevo de quatro folhas".

Assumo que nunca cheguei a usar um "trevo de quatro folhas", nem nunca cheirei pó de "trevo de quatro folhas", entretanto é fato de que esse tipo de (cof cof) amuleto da sorte vem fazendo sucesso por aí. Hippies e rappers são constantes sortudos por esse artefato.

LER HORÓSCOPO

horoscopo

Ataque: 2,5
Defesa: 3,41
Prós: Conta como vai ser seu futuro, ou algo próximo dele.
Contras: Você precisa acreditar nele. E é exatamente aí que fode tudo.

Ler horóscopo é uma excelente atividade, muito praticada por mulheres atoa, frequentadoras de salões de beleza. São frequentadoras de salões de beleza, pelo seguinte: falar da vida alheia lhes dá um prazer tão grande que se equipara aos orgasmos que teve na juventude com seus namoradinhos 8 anos mais velhos que ela. Outra é que já estão caídas, malacabadas e esperam que um dia o cabelereiro viadinho vire um curandeiro, fazendo todo o tipo de milagre para reaver de volta a beleza às suas clientes.

Pois bem, falávamos de ler horóscopo. Começa com o signo, sim. Muitos consideram o zodíaco como o centro do universo, o equilíbrio universal de todas as coisas. Ele foi milimetricamente pensado pelos antigos como uma grande força capaz de ditar as regras que tudo deve acontecer. Doze símbolos cuidadosamente escolhidos (centauro pro sagitário? Aquário? Virgem?) que descrevem através de datas de aniversário, rotações da órbita da Terra com o equilíbrio lunar, envolvendo milhões de forças ocultas trabalhando contra ou a seu favor.

Toda essa informação é repassada através de cartomantes. O problema é que o ramo da cartomancia atualmente está escasso, obrigando que suas praticantes sejam também cafetonas, camareiras de motel, faxineiras e por que não, dançarina de strip-tease?

O processo é simples. Com um baralho de truco modificado (carinhosamente chamado de "tarô"), a cartomante começa respirando fundo e recebendo todos os santos, orixás, duendes e poltergheists em seu corpo. Finge um tremelique em meio a todo o ambiente e finalmente começa a embaralhar as cartas. E finalmente a verdade vai ser dita.

Então finalmente tira uma carta: A MORTE. Desenhada baseada naquela face normal que temos da morte, uma caveira com foice e capa preta, a carta mete realmente medo. O óbvio seria que a morte está pronta para buscar o cliente. Mas como dizem as "picaretas", o tarô tem muitos significados. Portanto, somente uma interpretação mais a fundo (e claro, cinquentinha a mais) poderá explicar qual a ligação que aquela carta teria com sua vida.

Você sai da tenda pior do que entrou: preocupado, angustiado e com cinquenta reais a menos.

Depois perguntam por que ciganos não tem carteira assinada.

LIGAR PARA O WALTER MERCADO

walter

Ataque: +99 (PLUS)
Defesa:  +99 (PLUS)
Prós: É a única forma de se defender do azar totalmente. Infalível, implacável e inacreditável.
Contra: Nenhum! É o único meio que a sorte tem de prevalecer 100%! Walter Mercado é a lenda do gerenciamento de sorte no mundo!

Walter Mercado é hoje o maior empresário do ramo de sorte do mundo. Foi consagrado como tal por ser o único e por nunca permitir que o azar lhe batesse às portas.

Porto riquenho, é um célebre astrólogo, conquistou multidões com seu carisma, e certeza nas afirmações que tava. Suas teorias sempre estavam certas e incontestáveis. Seu programa era um sucesso, conquistou índices de ibopes gigantescos, ultrapassando sucessos como Telecurso 2000, Cocoricó e pasmem, o horário político de Suçuaruna do Sul.

Seu programa tinha apenas 30seg a 1min de duração e com o número de seu telefone piscando na tela, as ligações pipocavam! Começou no mercado de sósias, tentando ser um de Marta Suplicy, mas sua carreira deslanchou mesmo no ramo de astrologia.

Conta a lenda que certo dia, o operador da mesa telefônica falou ao diretor:

- Não podemos mais receber ligações!
- Por que, estouramos o limite de ligações simultaneamente?
- Errado. Não pagamos a conta de telefone.

Walter Mercado sempre apresentava seus programas no auge da elegância. Seu alfaiate era muito conhecido em terras da Romênia, o lendário Conde Drácula. Além disso, Walter conseguiu criar um lendário bordão e sempre terminava o programa com a célebre frase: "Ligue Djá!".

De fato, um grande ícone da TV, um astro, um protetor de nossa sorte, quiçá um cidadão honorável em nossas terras.

Sorte com ele é garantida. É ligar e sua alma será protegida, seus encostos serão afastados, as mulheres feias passarão longe de você e enfim, poderá dormir tranquilo. Com uma gostosa do lado.

sábado, 15 de novembro de 2008

Burradas

Burradas e vacilos muitas vezes constituem um fato que a pessoa poderia ter evitado, se periodicamente usasse o cérebro pra pensar.

A pessoa na maioria das vezes, até consegue planejar direitinho todo o roteiro, mas esquece de um pequeno detalhe, ou então cai na idéia de alguém sem perceber a real intenção ÓBVIA dessa pessoa. Cá pra nós, é bem falta de atenção mesmo. Mesmo!

O que fazer? Cara, na boa, o melhor é assumir. Primeiro passo mesmo, sejam sinceros. Ou não, o orgulho sempre em primeiro lugar, nunca o deixe pra lá! Mas quando o vacilo é óbvio, fazer o que?

Infelizmente, nada a se fazer. Só aceitar.

Posso citar exemplos de como um ser humano pode ter o mesmo cérebro de um asno, tomar atitudes de um jegue, e um QI de dar dó.

Veja bem:

- John Uriah, o maravilhoso inventor de medicamentos para sistema respiratório.

Veja bem, nos arredores de um vilarejo na Espanha era muito poluído devido às queimas que haviam pela região. Nada muito poluente isso, mas misturando com o ar seco que era geral na região, isso comprometia o sistema respiratório do povo na região. Pra ser franco, as queimadas com o ar naquela região poluíam mais que Opala 4.1 soltando fumaça preta e fuligem, COM o carburador desregulado. O ar lá era tão poluído, que dava pra pegar ele, como se fosse poeira. Sua consistência o ar de uma mesa de poker com charutos cubanos queimando a desdém.

Foi então que esse filho da puta desse John Uriah teve a idéia de fazer um medicamento contra o ar poluído. Isso não seria um problema se não fosse o fato de que: quimica

1 - Ele não entendia NADA de medicina. Nem NADA de química. NADA de biologia. Aliás, em áreas biológicas, reza a ficha do condenado que ele não sabia nada MESMO. Como o cara espera fazer um medicamento sem conhecimento pra tal tarefa? Quer dizer, "misture 250ml de Coca-Cola com 3 colheres de Leite Ninho em um recipiente limpo, sem leite. Tomar a cada 6 horas."

2 - A forma como ele teve a idéia. Quer dizer, ele viu que o povo precisava ser curado do mal que aquele ar contaminado causava, pensou: "um medicamento para cura disso!" e lutou sua vida por isso. Eu, por exemplo, sempre sonhei em viajar para outro lugar em segundos, vou passar o resto da minha vida tentando uma forma de construir um teletransporte, porém não quero estudar física, números e programação. Afinal, numa máquina de teletransporte, tal conhecimento NÃO É NEM UM POUCO NECESSÁRIO.

Então John Uriah conversou com um químico amigo dele (que seria o real inventor, se esse medicamento realmente existisse) e o amigo dele disse que deveria tentar diferentes fórmulas e misturas, mas que precisaria de um cobaia para os testes. John perguntou o que poderia ser, então o doutor respondeu:

- Uma mula, um animal grande e forte para aguentar as doses.
- Deixe comigo.

O que houve então?

John saiu pra pegar sua mula, enquanto o doutor faria o medicamento. Ao voltar, o doutor terminou a fórmula e aplicou na mula, que sobreviveu durante mais um dia e então morreu.

mulas John ficou desolado sem sua mulinha, mas não desistia fácil. Não tinha mais mula, roubaria uma. Então saiu pra roubar sua mula, aquela que tivesse parada na estrada sem dono era dele. O que não foi difícil de achar. John roubou a mula e aplicou a dose nela. Dois dias depois a mula agonizava e fechava os olhos para encontrar a morte.

E assim foi. Quando a mula morria, John roubava outra, e outra, e outra. Por fim, após duas dezenas de tentativas, ele desistiu. Não havia, naquelas redondezas, mais mulas a roubar.

Mas John não era burro! Não... era um jegue, um asno, qualquer outra palavra que damos a pessoa que rouba mulas, as mata e NÃO ENTERRA O CADÁVER. Isso mesmo, ao matar as mulas, John (não sei como) as jogava no fundo de seu quintal uma em cima da outra, formando aquele bolo de cadáveres quadrúpedes. O cheiro não demoraria a chamar os vizinhos roubados que olhariam e viriam suas mulas mortas.

Após a descoberta, John nunca mais foi visto. Provavelmente ele fugiu de cavalo, já que não haviam mais mulas. A verdadeira invenção dele não foi um remédio em fase experimental, e sim uma espécie de GTA dos velhos tempos, na vida real.

- A expressão "martelo para desempenar vidro"

Essa é clássica para ser usado contra novatos em lojas. Ocorreu ano passado, quando eu ainda trabalhava em uma loja de produtos variados, de acabamentos, construção, material elétrico, enfim.

Entrei na loja sem o menor conhecimento técnico e não tinha noção do que era uma polegada (1") nem 3/4 de uma polegada. No meu primeiro dia, pra se ter uma idéia, fui visualizar um cano PVC tigre e notei que sua bitola (algo como a grossura do cano, medido em polegadas ou milímetros) era 3/4 (três quartos). Um atendente me pediu pra verificar qual a bitola que era do dito cano, e eu lá fui visualizar.

Liguei de volta:

- Alô? Cara, é 34mm.
- QUÊ?
- Ora, tá escrito aqui, 34mm!
- Trinta e quatro milímetros?
- É!
- Tá escrito milímetros?
- Não... só 34.
- Não é 3/4 não?

Aí eu olhei o cano e vi que sim, tinha uma barra entre o 3 e o quatro.

- Ah é. Perdão pela vergonha que eu passei.

Enfim. Dali pra frente fui adquirindo esperteza e experiência, como em um jogo de RPG, fui subindo meu level, embora meu salário era sempre o mesmo. Fui conhecendo e quando o cara vinha com uma pegadinha de mau-gosto, eu rapidamente já tinha o dom de saber esquivar.

Acontece que tais brincadeiras são como herança, e na loja tudo tinha que ser repassado. Inclusive, é claro, as brincadeiras. Aí entrou uma mocinha no balcão, loirinha, o tipo de gata que impressionava toda a loja. Pensei em pedir o telefone dela e marcar um encontro, mas aí não teria tanta graça. Isso eu pediria depois.

Mas não, resolvi pedir antes. O encontro, ela me deve até hoje, mas duvido que depois do que lhes contarei aqui ela sequer volte a me ver.

Aconteceu o seguinte:

Ela como novata, não conhecia porra nenhuma de nada da loja. Claro, ela estava adquirindo experiência, então muito normal isso acontecer.

Eu cheguei com cara de afobado, desesperado com tudo e todos, falando rápido pra ela.

- Ingret! Ingret, rápido, rápido, liga pra Meirielen e pergunta quando vai chegar martelo pra desempenar vidro, tem 3 clientes loucos pra comprar e estamos sem nenhum no estoque...

Ela começou a ficar desesperada, pois nunca havia lidado com uma situação daquelas.

- Liga aí, rápido.
- Tá, tá, tá, mas qual número?
- 23, 23, 23!

Aí ela ligou tremendo e a Meirielen, a mocinha do setor de compras atendeu:

- Meire? Meire, aqui é a Ingret, e to ligando pra saber de um produto que não tem mais no estoque da loja, é... martelo... pra desempenar vidro. - martelo-f-300Nesse meio tempo eu saí de perto dela pra rir, eu não aguentei. Por certo, Meirielen diria, com seus 2 anos de experiência naquela loja que não existe um martelo feito pra desempenar vidro.

Por certo nada. Meirielen começou a procurar no sistema TAMBÉM. E perguntou a Heloísa, a outra moça que trabalhava no setor de compras.

- Heloísa, quando chega martelo pra desempenar vidro?
- Não sei Meire, eu não chequei esse pedido ainda.

Eu, que estava na extensão ouvindo aquela treta, não aguentei, comecei a rir feito louco. Cara, uma novata não saber aquilo, tudo bem, mas uma menina com 2 anos de loja, mais outra com 3 TAMBÉM NÃO? O que elas ficavam fazendo lá em cima no setor de compra, jogando poker?

Eis que a Heloísa pergunta pro nosso patrão, o supremo proprietário.

- Patrão, tem 3 clientes procurando martelo pra desempenar vidro, o senhor sabe quem é o fornecedor?

Ele olhou pras duas lá dentro e perguntou:

- OH. Vocês já analisaram o que tão me perguntando?
- ...
- Meire, tem alguém fazendo hora com nossa cara.
- ... É...

Aí retornam a ligação pra Ingret:

- Ingret, tem alguém zoando com você. Foi cliente?
- Como assim?
- Ingret, analisa! Martelo pra desempenar vidro!
- Oh! É mesmo!

Me lembro muito bem da cena. Ela simplesmente me procurou com os olhos e eu estava atrás de uma estante. Ela me viu e veio correndo com cara de "eu te pego, filho da puta!"

Ainda deu tempo de eu perguntar

- Poxa, eu ia te pedir pra perguntar sobre o oxigênio em pó também!

Sacanagem. E eu tava doido pra sair com ela.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Falta do que fazer

Olá criançada. Aqui quem vos escreve é o Tio Caio, tudo bom? Comigo não está quase nada bem, acreditem.

No momento em que este post lhes é redigido, me encontro no laboratório de informática da Escola Técnica JK, já que acabei as atividades propostas pelo professor. Estou fazendo uso da internet de forma um pouco ilícita, acessando a rede sem ter autorização pra isso. O grande problema é que a rede é uma ofensa para nós, alunos, não invadirmos.

O sistema de proteção da rede de computadores dessa escola é tão seguro quanto uma porta encostada e uma placa: "Ladrão, favor não entrar."

Numa instituição de ensino onde se leciona matérias técnicas de informática, o mínimo que se poderia fazer era uma rede cuja invasão exigisse uma base de estudo e informações aprofundadas sobre o assunto em hacks, e coisas do tipo e não uma que qualquer pessoa de conhecimento "qero invadi rede comofas/" consiga acessar de qualquer forma.

Mas tudo bem, o que ocorre é que lá fora está caindo uma chuva do caralho e eu vou a pé pra casa, já que moro no mesmo bairro que meu colégio fica. Rezo a São Pedro para que a chuva pare até lá, caso contrário chegarei em casa com a aparência que lembra um pirata numa tempestade em alto mar.

Ah sim, não falei da vontade tremenda que estou de cagar. Sim, deixe-me contá-las a vocês! No recreio, fui à barraca de salgadinhos do André careca, que fica logo aqui do lado e comi um pastel de frango, um churrasquinho de boi e um copo de Sukita. Parece que a mistura quer descer e já tomei como princípio ético de vida nunca cagar no banheiro da escola. Sei lá, é nojento, e tem mensagens escritas na parede do tipo "Faço sexo oral, 8854-1548" ou "H x H Favor me procurar. 3º Período de Mecatrônica". Sem contar o papel, que é inexistente. A cada vez que compram um rolo, ao invés de passar no cu (que é o que se deve fazer com todo papel higiênico) alunos baderneiros e filhotes de satã fazem bolinhas e os molham, tacando nas lâmpadas. Sim, é o cúmulo da falta do que fazer, mas quando se é assim, não tem jeito.

A solução portanto é chegar em casa e torcer para Dona Maria não estar utilizando o banheiro, por que senão eu vou ter que segurar por no mínimo 6 minutos.

Hoje é quinta-feira, tem A Grande Família, e o Agostinho é um excelente personagem, é o Seu Madruga dos tempos modernos.

Mas esqueçam, não vos venho falar disso.

Para falar a verdade, escrevi tanto que me esqueci de qual assunto vim dizer aqui.

...
...
...
...

Ah sim, lembrei!

Mas tá na hora de ir embora... ¬¬

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Bullying leve e zoeiras.

Desde os primórdios dos tempos, desde as primeiras gotas de chuva tocarem o solo da Terra e os raios solares iluminarem, existe o bullying. Trata-se de zoar, intencionalmente, a título de brincadeira maldosa uma pessoa por algum defeito físico ou psicológico que ele tenha. Por exemplo, um garoto com dentes grandes é chamado de coelho, outro com óculos é chamado de quatro-olhos, e essas putarias assim. Sempre fui magro e muito alto, então eu era o "Vareta" na minhas épocas de classe escolar. Nem me importo muito, a zoeira que eu praticava era consideravelmente maior do que a que eu recebia.

Lembro-me dos meus tempos de bullying, claro, não praticados por mim. Mas devo citar que houve amiguinhos que se ferraram na mão de colegas de classe maldosos, isso quando não sofriam na mão dos professores. Fato incontestável é que isso dava pra ver na cara que incomodava o receptor da zoeira e pra piorar, isso era como um motivo pra continuar, e o filho da puta continuava zoando por pura maldade. Nunca fui esse filho da puta.

Alguns casos de bullying eu já vi de perto, alguns realmente maldosos e ofensivos.

- Língua enrolada.

Nos meus tempos de prézinho, na Escola Infantil Reino Encantado, existiram diversos casos de bullying, e hoje me lembro de um em especial que chamaria a atenção consideravelmente. Havia um amigo meu cujo nome era Helton ou Cleiton, ou sei lá, só sei que o nome do cara termina com a sílaba "ton". Esse cara, que na época era um garoto tinha um problema na língua, era enrolada. Em outras palavras, ele era fanho. Então, naquela época isso foi um grande atraso pra ele, coitado. Ele não aprendia a ler e falar corretamente por causa da língua enrolada. Em outras palavras, pra dizer meu nome, ele dizia "aio", pra professora era "oeoa"e por aí vai. Ele não tinha firmeza na língua pra dizer as consoantes, apenas emitia o som de vogais, que fazemos com a garganta.

Até aí, já não estava nada bem, e o problema é que o coitado comia massa de modelar, era caolho tinha cabelo ruim e chorava todo dia com a zoação dos coleguinhas. Quando criança, eu era bonzinho e não fazia chacota com a cara do garoto, então eu sentava na mesma mesa que ele. Só pra constar, no prézinho sentamos 5 garotos em uma mesa da altura correta, e não cada um em uma carteira.

Pois é, teve um dia que ele se emputeceu. Ele não ia aguentar mais aquela falta de respeito com ele. A sua paciência havia chegado ao fim, e ele não estava nem aí pra nada, ele estava implacável. Eis que ele chega e confessa o plano para mim, que era um cara que conversava com ele:

- Aio!
- Han... E aí cara?
- O Uo! a o u! e oooa! e-hi aa ó a-hem hi a inha a-a!

Tradução: "To puto! Que porra! Esses caras só sabem rir da minha cara!"

- Poxa cara, calma... - eu entendia o dialeto que ele pronunciava
- Aua o a-hete! Hého em haher! Hô hehar he-hal!

Tradução: "Calma o cacete! Quero nem saber! Vo quebrar geral!"

Ali eu vi que ele tava falando sério. Olhos inchados, querendo chorar de raiva, mas ele foi à caça de um por um, tipo o Max Payne, sedento por vingança, chegou no meio da quadra e gritou:

- Ó-ha i hihos da huda!
Tradução: "Corja de filhos da puta!"

Ninguém entendeu nada. E cá pra nós, isso que eu traduzi foi tradução aproximada. Ninguém nunca vai saber o que ele disse, e nem ele. Porque, 15 segundos depois, geral da sala caiu batendo nele e eu só lembro de ver ele tomando bicuda na barriga feito louco, coitado. Eu ainda tentei gritar pra mandar eles pararem, mas pra ser franco, ninguém me ouviu.

Apanhou muito o coitado. No dia seguinte, eu nunca mais o veria, pois os pais o tiraram da escola. Sei lá pra onde ele foi ou qual rumo ele tomou na vida...

- Coqueiro

Aconteceu por volta da minha 1ª ou 2ª série, não me lembro. Tratava-se de uma pequena peça de teatro, e todos os alunos iriam participar. Montaram o cenário e se tratava de uma floresta. Era algo com uma princesa, um príncipe, um rei, uma rainha, e tudo mais, no melhor estilo "Era uma vez".

E começaram a distribuir os papéis. Coincidentemente, o Raul, que era loirinho dos olhos verdes, pegou o papel de príncipe juntamente com a princesa Letícia, que também era ariana. Tenho pra mim que minha professora era seguidora de Hitler, mas whatever.

Na hora de distribuir os papéis, os alunos mais bonitinhos e bem afeiçoados ficavam com os papéis principais, e nós, os feios, com os papéis escrotos.

- Raul.
- Eu, professora!
- Você vai ser o príncipe!
- Letícia!
- Oi?
- Você vai ser a princesa.
- Júnior.
- Sim?
- Vai ser o rei.
- Caio!

Aí eu cheguei. Ela me olhou de cima a baixo, fez uma expressão facial que demonstrava algo como se tivesse me tirado do nariz, ou do cú.

-... Hum... Deixa eu ver... ah, já sei, você vai ser o coqueiro.
- Como?
- O coqueiro. É muito fácil, não precisa dizer nada, ninguém vai olhar pra você, então não precisa ter vergonha.

Pois é, eu era o aluno feio. Não tendo melhor papel pra mim, e usando a desculpa de que eu sempre fui um dos mais altos da turma, eu sempre fiquei com o papel de árvore.

Era simples. Nos ensaios, bastava eu ficar olhando pro nada sem demonstrar qualquer emoção na face. Caso desse errado, bastava ficar quieto. Eu nunca erraria a fala. Afinal, eu não tinha fala.

Daí começaram a mangar da minha cara. Chamavam-me de coqueiro, até o dia da peça.

Minha mãe tava lá na primeira fila com uma máquina que havia comprado com filmes de 36 poses (naquela ocasião, câmeras digitais eram apenas protótipos.).

E então começa a peça. Entra o Raul e começa a recitar as falas e eu lá com uma roupa marrom e um chapéu verde na cabeça que lembrava a copa de um coqueiro. Fiquei olhando a peça, de cima do palco, desconsiderando o fato de que eu tinha um BRILHANTE papel durante a história.

O problema era minha mãe batendo foto de tudo quanto é ângulo, se orgulhando eu não sei DO QUÊ. Mas lá estava.

Devo ter as fotos até hoje. Se eu já não as tiver queimado.

- Gordura

Essa é foda, realmente violenta.

Estudei da 6ª série até a 8ª em um colégio Adventista. Até que era boa escola em questão de amizades e os professores eram gente boa, e é claro, haviam os alunos zoados.

E um desses era um de meus amigos, que embora eu não vá citar seu nome aqui, é bem óbvio pra muitos que frequentaram a sala de aula comigo.

Esse meu amigo era exageradamente gordo. Roliço. Rechonchudo e muito, muito, muito gordo mesmo. Era um cara gentil, gostava de conversar com as pessoas, um pouco mimado, mas realmente gordo. Não que isso seja um defeito, e sim uma característica.

Tá brincando que ele não iria ser um cara zoado né? Pois bem., começamos a chamá-lo carinhosamente de Nhonho, porpeta, Zanon (do Sr. Barriga, esse é o primeiro nome dele.), picolé de bacon, enfim. Não seria um problema se as zuações parassem aí.

Começamos a, todos os dias, no EXATO momento que ele fosse sentar, todos os demais se levantassem e sentassem de volta, como se o peso dele fizesse força para tudo subir, entendem? Aquilo virou mania e perseguição, toda vez que ele fosse sentar, era fato, todos os demais levatavam e sentavam de volta. Claro, aquilo uma hora lhe subiria o sangue. E eis que ocorreu:

Havia um de nós zoadores que era o mais irritante. Eu zoava ele um pouco, mas precisando, eu estava ali pra ajudar nosso amigo gordinho. E sempre que ele pedia pra parar, eu parava sem problemas. Porém, esse que era o mais irritante, fez um dia de sacanagem...

A professora estava esperando que todos fossem ao banheiro, um por um, pra evitar confusão. Então eu fui, voltei, foi outro, voltou e assim por diante. Chegou a vez do gordinho, e todos esperando para que ele sentasse, para então levantar e sentar de novo.

E logo após o gordinho, era nosso amigo irritante. Ele fez questão de esperar ele sentar para que então pudesse levantar. E foi o que ocorreu. Ao nosso amiguinho gordo sentar, o irritante deu um pulo de 1 metro e caiu no chão rolando.

A galera começou a rir, e ele se contorcendo no chão. Ao voltar do banheiro, ele mancando. Fingindo, é claro.

Isso não foi o pior. O pior ocorreu meia hora depois. O irritante chegou no ouvido do gordinho e começou a dizer:

- Gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay, gay.

Eu estava vendo isso e pensando:

- Isso vai dar merda, 06. - Sim, fui eu que inventei a frase.

E então o gordinho soltou um grito de impaciência:

- PORRA! VAI TOMAR NO CU! NÃO ME ENCHE O SACO, FILHO DA PUTA!

A sala se calou.

A professora, depois de 2 segundos, respirou e disse:

- Que boca é essa rapaz?
- Ah, se ferrar todo mundo! Esse filhote de vagabunda tá me chamando de gay a 5 minutos, e você que é sonsa não faz nada pra ele parar!
- Como é que é? Eu, sonsa? Ele te chamando de gay?
- É isso mesmo!
- Vão os dois pra diretoria. AGORA!

E foram. Eu só sei que no final da aula, os dois foram suspensos. 4 dias. Claro, houve ameaça de morte entre os dois.

Só que ambos estão vivos. Droga!

- Torneio

No meu primeiro ano eu já fui para a Escola Técnica JK, cursar meu Ensino Médio. Minha sala era constituída dos mais variados tipos, mas até que eram gente boa.

E toda a sala tem um com pinta de viadinho. Na minha não era diferente. Eis que me aparece o típico "Mamãe , sou gay" da minha sala. Usava sapatinho, camisa pra dentro, desmunhecava e conversava de novelas com as garotas.

Se ele não fosse Bambi, eu garanto, nada mais seria.

Eis que ocorreu o dia que ele resolveu provar pra todos que era realmente macho. Houve um torneio de futsal na escola, e montamos os times. Nunca curti muito futsal, mas valia pontos no bimestre, então eu me inscrevi torcendo pra ficar no banco de reservas.

Os times foram montados e o viadinho estava no meio de um deles!

Porra, não é que no dia do torneio, no vestiário, ele passou creme de pele pra ir jogar?

O pessoal não perdoou... e esse foi merecido!